Olha, se você é do mercado editorial e já falou isso comigo alguma vez, há grandes chances de eu ter achado que você estava aumentando. Poxa, me desculpa. Mas é que 1) provavelmente eu não conhecia você em um nível pessoal para acreditar de cara em tudo o que diz, e 2) eu apenas pensava: “Gente, como assim, as pessoas somem sem entregar o trabalho? Tipo, não dão nem um retorno? Uma explicação?”. Sabemos que imprevistos acontecem, é a internet que fica fora do ar por dias, é a gripe que te deixa arriada naquela semana de entrega, é a cama que fica te seduzindo quando você está exausta pra você ficar um tempinho a mais nela. Mas… Simplesmente, puft! Sumir? E nunca mais ouvir falar nessas pessoas? Nãaaaaaao, exagero.
Eu nunca havia abordado essa conversa com as pessoas do mercado com quem tenho mais contato. Falamos sobre tantas coisas, mas esse tema em específico nunca havia surgido. Isso mudou quando, um tempinho atrás, pesquisando para o estudo da minha marca, algumas pessoas queridas do mercado escreveram em um formulário que lhes enviei a frase do título deste post. Não foram duas ou três pessoas que deram essa resposta quando lhes perguntei algumas das coisas que buscavam em um profissional do mercado editorial. Gente, sem brincadeira, sete responderam isso — um número alto, em um universo de treze entrevistados.
Aí, a ficha de fato caiu. “É, tem gente que realmente some.”
Longe de mim querer entender por que é algo que acontece com certa frequência no mercado editorial. Cada um sabe de si, vive um momento diferente da vida etc. (muitos etc.) Fico mais encasquetada com a falta de feeback. Um “Poxa, fiquei doente/enrolada/esqueci da entrega/não quero mais fazer” já funcionaria. O processo editorial continuaria atrasado? Sim, continuaria. Mas o canal de confiança entre as partes permaneceria intacto, você não acha?
Esse papo todo me fez refletir muito sobre a minha própria postura. Confesso que saí dessa pesquisa com um mix de indignação e orgulho silencioso. Orgulho de, mesmo nos meus piores dias, sempre ter achado um jeito de avisar, negociar um novo prazo ou, no mínimo, pedir desculpas pelo atraso.
Percebi que, sem nem mesmo planejar, a constância e a transparência se tornaram a base do meu trabalho. Talvez porque eu também já fiquei na ponta esperando um e-mail que nunca veio, e sei como é frustrante. Então, para mim, a comunicação não é só uma cortesia profissional; é o que mantém o processo — e os relacionamentos — inteiros.
No fim das contas, acho que é sobre clareza e confiança. Valores que, na maioria daz vezes, constuímos com atitudes básicas: aparecer, avisar, entregar. É o que faz a engrenagem girar sem travar, e é o que me faz acreditar que, mesmo num mercado às vezes caótico, dá para fazer diferente — e melhor.
E você? Também acredita nisso? Fica o convite para conversarmos sobre o assunto. Adoraria saber o que você pensa sobre essa questão e como lida com ela no seu dia a dia!